Numa decisão incomum, a agência de classificação de risco Moody´s anunciou ontem que manteve a nota de crédito do Brasil. O anúncio surpreendeu, pois a Moody´s deu sinais nos últimos meses de que elevaria a classificação brasileira - o que poderia ajudar a atrair capital e baixar o custo dos empréstimos para o País.
Segundo o vice-presidente da agência, Mauro Leos, "o baixo crescimento médio de 2% em 2011 e 2012 foi um fator muito importante" para que a nota não fosse elevada. Uma nova reavaliação do Brasil ocorrerá somente entre 12 e 18 meses, disse Leos, de Nova York, para o Grupo Estado. Na prática, a alteração da classificação brasileira foi adiada para o fim de 2013.
O rating soberano do Brasil ficou estável na nota Baa2 e também não houve alteração da perspectiva soberana, que continua positiva. Até o início de novembro, a sinalização da Moody´s era no sentido de elevar a nota. "Um fator importante para melhorar o rating é se o PIB vai para uma marca ao redor de 4% em 2013, que é um número próximo à média registrada pelo País num período considerável de tempo", disse Leos.
De 2003 a 2010, a média de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou levemente superior a 4%.
Em 2011, o PIB subiu 2,7% e neste ano deve avançar menos ainda. O Banco Central estima que o crescimento será de 1,6%. Para Leos, outro fator importante para ajudar o PIB a crescer por volta de 4% nos próximos anos será uma elevação da taxa de investimentos.
A decisão da Moody´s deve ter um caráter pedagógico para o governo, a fim de dar maior ênfase a fatores estruturais que estimulam o crescimento, como os investimentos, comentou a professora da PUC-RJ, Monica Baumgarten de Bolle.
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