A valorização cambial do dólar ante o real acumula uma alta de cerca de 14% em setembro, o que já impactou no preço da saca de farinha de trigo (principal insumo para a fabricação de massas), deixando seu valor cerca de 15% mais elevado. "O dólar saiu de uma cotação de R$ 1,55 para R$ 1,86. Os moinhos cearenses já estão comprando a saca de farinha de 50 quilos por R$ 89,00", justificou o presidente do Sindicato da Indústria do Trigo do Ceará (Sindtrigo), Luiz Eugênio Pontes.
Como boa parte do trigo utilizado nas fábricas do Ceará é importado, sobretudo dos Estados Unidos, Canadá e da Argentina e o preço do grão é negociado em dólar, na outra ponta da cadeia, os consumidores cearenses devem se preparar para pagar mais pelo pãozinho francês de cada dia. O reajuste especulado pelo Sindicato da Indústria da Panificação (Sindpan/CE) é de cerca de 6%.
"Hoje o preço do quilo está custando em média de R$ 6,50 a R$ 6,80 nas padarias. Provavelmente daqui a no máximo dez dias estaremos praticando o preço novo. Não tem como manter o valor atual, teremos que repassar", afirmou o presidente do Sindpan, Lauro Martins, que esteve na tarde de ontem reunido com representantes dos moinhos cearenses.
Embora os empresários locais tenham conhecimento de que o consumo per capita do pãozinho no Ceará (cerca de 20 quilos por ano por habitante ainda é aquém da média nacional (33 quilos anuais por pessoa) e de haver receio de que a demanda pelo alimento recue, o representante do Sindpan ressalta que não será possível segurar os preços atuais. O Estado possui atualmente mais de 2.200 panificadoras.
Para o titular do Sinditrigo, um "patamar justo" para a cotação do dólar seria R$ 1,70. "Teríamos equilíbrio e esse valor facilitaria as exportações e não prejudicaria muito o mercado de commodities", destacou.
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